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Mulheres Inovadoras

Conheça Nise da Silveira

By 23 de maio de 2020maio 12th, 2021No Comments

Nascida em 1905, Silveira é filha de uma pianista e um professor de matemática. Rompendo barreiras desde o início da carreira, ela se formou na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1931, sendo a única mulher em uma turma de 158 alunos. Ainda na faculdade, conheceu o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, com quem viria a se casar anos mais tarde. Na época, o casal decidiu não ter filhos para que ambos pudessem se dedicar integralmente ao trabalho.

Após a morte dos pais, a médica se mudou para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades de trabalho. Depois de um período de estágio na clínica do Dr. Antônio Austregésilo, grande nome da neurologia no país, foi aprovada em um concurso público para atuar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.

Em 1944, a médica foi reintegrada ao serviço público. No Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional, começou uma forte oposição aos tratamentos agressivos aplicados em pacientes com transtornos mentais, como isolamentos, eletrochoques e camisas de força. Ao criar conflitos dentro da instituição por suas ideias rebeldes, foi ‘rebaixada’ à seção de Terapia Ocupacional, área desprezada até então. Foi lá que Nise encontrou o espaço necessário para se dedicar aos métodos humanitários na recuperação de pacientes.

Acreditando que loucura e sabedoria originavam-se no mesmo local, ela defendia que doentes e não doentes poderiam viver em um mesmo ambiente, não havendo, assim, a necessidade de manicômios. Em vez de aplicar agressões físicas ou forçar que os pacientes fizessem serviços de limpeza, Silveira deu tintas e telas em branco a pacientes. O resultado foi impressionante. Além de uma melhora no quadro clínico e comportamental, alguns tiveram seus trabalhos reconhecidos por sua estética e qualidade.

Nise faleceu em 1999, aos 94 anos, por complicações de uma pneumonia.

Fonte: Revista Claudia

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