Bertha Lutz nasceu em 1894, em São Paulo. Em 1918, na cidade de Paris licenciou-se em Sciences na universidade da Sorbonne e então retornou para o Brasil. Desde seu regresso em 1918, com 24 anos, Bertha tornou-se uma defensora incansável dos direitos da mulher no Brasil.
Em 1919, prestou concurso público para bióloga do Museu Nacional, passando a ser a segunda brasileira a ingressar no serviço público. Nessa instituição trabalhou por 46 anos e nela construiu uma reputação internacional como cientista, sendo reconhecida por sua contribuição na pesquisa zoológica, especificamente de espécies anfíbias brasileiras. Ainda em 1919, Bertha representou o Brasil, junto com a paulista Olga Meirano no Conselho Feminino Internacional, órgão da OIT, onde foram aprovados os princípios de salário igual para ambos os sexos e a inclusão da mulher no serviço de proteção aos trabalhadores. No Brasil, juntamente com outras mulheres, Bertha criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, embrião da poderosa Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, com Bertha na presidência esta organização liderou a campanha sufragista no país.
Bertha decidiu cursar Direito na Faculdade do Rio de Janeiro e graduou-se advogada em 1933. E, mais tarde, em 1936, ela assumiu o mandato de deputada federal. Como legisladora, Bertha apresentou o projeto de lei do Estatuto da Mulher, que reformava a legislação brasileira quanto ao papel do trabalho feminino e conseguiu ser escolhida para presidir a Comissão Especial do Estatuto da Mulher. Propôs, também, a criação do Departamento do Trabalho Feminino, maternidade, Infância e Lar, como forma de oferecer assistência pública eficiente à mãe e à criança.
Em 1951 foi premiada com o título de “Mulher das Américas” e, em 1952, foi a representante do Brasil na Comissão de Estatutos da Mulher da ONU. Faleceu em 1976, aos 84 anos.
Fonte: CNPq: Pioneiras da Ciência no Brasil, edição 1.